Um CPD ou Data Center é composto por diversos armários metálicos também chamados de racks, contendo cabos elétricos e de dados, que liberam uma enorme quantidade de calor. Na ausência de um sistema de refrigeração de confiança, é possível que ocorra um superaquecimento, acarretando sérios problemas para os equipamentos e consequentemente na transmissão e armazenamento dos dados contidos.
Antes de falarmos sobre os equipamentos aconselhados para Data Centers, primeiro é necessário definir qual o tipo de calor gerado nesse ambiente.Há dois tipos de calo:
Calor sensível: Calor responsável por alterar a temperatura do ar, como por exemplo motores, computadores, iluminação, entre outros.
Calor latente: Calor responsável por alterar a umidade do ar, como evaporação de água e transpiração das pessoas.
Para ambientes de climatização de conforto comum, a relação entre o calor sensível e calor latente é de cerca de 70% (70% sensível e 30% latente). Para ambiente de CPD, a relação entre o calor sensível e calor latente é de cerca de 90% (90% sensível e 10% latente). Sendo assim, o sistema de climatização que atender um ambiente de CPD deve ter capacidade de retirar calor sensível, o que é feito insuflando altas vazões de ar no local.
Em pequenos CPDs, normalmente são utilizados equipamentos comuns de Ar Condicionado, como Splits, é importante que seja tomado cuidado para que a instalação do equipamento não seja sobre equipamentos, pois um possível problema de vazamento na evaporadora poderá danificar os equipamentos do ambiente.
Há também equipamentos que são especialmente produzidos para ambientes de CPD e além de ter os itens necessários para controle de temperatura, ainda contam com outros elementos de proteção, redução de consumo de energia além de controle de umidade. São muito mais eficientes que as centrais comuns, possuem alto índice de automação com sistemas de alerta contra alteração da temperatura e umidade, alertas de falha, entre outros. Podem ter insuflação por dutos ou pelo piso, que é mais usual e insufla ar diretamente sob os racks.
Todos os dados armazenados em um Data Center são o cérebro de qualquer empresa e são totalmente dependentes do sistema de climatização, devido às exigências de temperatura que um ambiente com racks necessita. É extremamente importante que existam sistemas exclusivos de climatização para CPDs, com controle automatizado, conforme padrões pré-definidos, um item importante de se considerar é uma contingencia, ou seja, um ar-condicionado reserva, com o objetivo de que uma possível falha no sistema atual, o reserva atue até que seja restabelecido o equipamento principal e assim não haja superaquecimento no Data Center.
A temperatura aconselhada para um CPD é entre 21 e 22 graus e a umidade relativa do ar entre 45 e 55%. O problema maior não é alcançar estes números e sim, mantê-los, já que o funcionamento é ininterrupto durante as 24 horas de cada dia.
Um sistema de Ar Condicionado corresponde a 66% do custo total da construção de um Data Center.
A multibilionária Google, uma das maiores empresas do planeta, possui diversos CPDs espalhados pelo mundo. Em 2012, o site Planeta Sustentável afirmou que os Centros de Processamento de Dados consomem 2% de toda a eletricidade gerada no mundo, crescendo 12% ao ano. Esse gasto é devido ao funcionamento 24 horas por dia de todos os equipamentos que compõe o sistema.
No Data Center da Google de Oregon, nos EUA, o sistema utiliza água para o resfriamento das máquinas. Enquanto os alguns dutos trazem água gelada, outros retiram a água aquecida do ambiente. Na instalação de Taiwan, a empresa apostou nos sistemas de armazenamento de energia a base de gelo, chamado de Ice Energy. Com esta ação, o consumo de energia pode cair em até 50%, comparado aos sistemas tradicionais.
Há diversas empresas na fabricação de Ar Condicionado de Precisão, como a STULZ e a VERTIV.
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PALAVRAS CHAVE: Data Center, CPD, Ar condicioando de Precisão, Climatização.
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REFERÊNCIAS:
STROBEL, Christian. Psicrometria. Apostila de Refrigeração e Ar Condicionado. Universidade Federal do Paraná. Departamento de Engenharia Mecânica. Paraná: 2004.
DOSSAT, Roy J. Manual da Refrigeração. São Paulo: Editora Hemus, 1980.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDEDO SUL. UDESC. Sensoriamento climático em sala de servidores com Software e Hardware livre. Disponível em:http://www.inf.ufrgs.br/erad2015/downloads/p/ic/s3-1.pdf . Acesso em: 07 set. 2019
André Quelian Bezdiguian
Sócio Proprietário da empresa KLIMAN HVACR
Especialista em Refrigeração, Ventilação e Ar Condicionado.
CREA 5070265738